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11 dezembro 2013

Manoel de Oliveira ...

... hoje, dia em que festejou 105 anos de vida.

15 maio 2012

A ver

O Pintor e a Cidade (1956)

O Pintor e a Cidade é uma belíssima deambulação pelo Porto dos anos 50 saída do imaginário de dois artistas singulares, o pintor António Cruz e o realizador Manoel de Oliveira que afirmou ser esta narrativa um filme de êxtases. E é-o, de facto, quando o comboio cruza o espaço sobre a Ponte Maria Pia, num desafio às leis naturais quase impossível de vencer, ou naquele olhar ascendente pela fachada da Igreja do Carmo que acaba por se fundir no céu com o vôo das pombas. É-o ainda em tantos outros momentos em que nos sentimos arrebatados pela simbiose perfeita entre a pintura de António Cruz e a realidade captada por Manoel de Oliveira.

Verifique-se a modéstia – tantas vezes inerente à genialidade – com que o realizador abordou este filme, numa entrevista a Leon Cakoff, publicada em Manoel de Oliveira, pela editora Cosac Naify, em São Paulo, em 2005, quarenta e nove anos depois de ter rodado O Pintor e a Cidade:

O Pintor e a Cidade é o meu primeiro filme em cores e também o primeiro filme português em cores, revelado nos laboratórios da Tobis Portuguesa. É, ainda, o primeiro filme onde faço tudo: produção, direção, fotografia. Mais tarde arranjei um auxiliar para fazer um som póstumo. E esse filme hoje caracteriza-se pela banda sonora, que não tem uma qualidade de som extraordinária, mas é muito apreciada. Depois de Vale Abraão, a cinemateca de Paris, já nem sei a que título, passou O Pintor e a Cidade e lá ficaram encantados com a banda sonora e com a cor da fotografia, em especial com os vermelhos. Enfim, uma curiosidade como outra qualquer, é o primeiro filme que fiz sobre o Porto, mostrando as partes mais centrais e as ruas mais típicas da cidade. Fi-lo por amor à cidade e por ser mais fácil filmar no Porto, onde vivo. Como se tratava de um filme a cores, levei comigo o pintor António Cruz, um aquarelista muito particular, que tinha muitas aquarelas sobre a cidade, e que eu admirava. E assim se deu ao filme o nome O Pintor e a Cidade, como se dera o nome a Portugal, que deriva de Porto-Cal. É um documentário onde eu me ensaio como operador (camera men). Quanto ao mais, já tinha praticado tal coisa em filmes anteriores.

20 novembro 2008

Manoel de Oliveira em São Bento

Manoel de Oliveira partilhou hoje o seu prestígio com a CP, Comboios de Portugal, cedendo o seu nome a uma composição da série Alfa Pendular, numa cerimónia realizada na Estação de São Bento. O cineasta chegou acompanhado por uma pequena multidão que, espontaneamente, se juntou no exterior da estação para o ver e aplaudir. A boa disposição do realizador levou-o ao ponto de envergar um boné de revisor da CP e a simular a verificação de bilhetes.

Além da estranha inscrição que ostenta no exterior, Manoel de Oliveira_Cineasta - com barra baixa e tudo, ao invés do acertadíssimo Cineasta Manoel de Oliveira -, o comboio está decorado com motivos retirados do filme Aniki-Bóbó, onde consta a primeira referência cinematográfica aos caminhos de ferro portugueses.

No átrio, a Kumpania Algazarra esforçava-se e conseguia subverter, com cor e música, a ordem natural e cinzentona do ir e voltar das pessoas que por ali passam no percurso casa-trabalho-trabalho-casa. Como curiosidade, registe-se que foi a primeira vez que a velhinha estação central do Porto acolheu um comboio Alfa.